A mão boba desliza maliciosamente meio que sondando se pode seguir no ousado trajeto que desenha. Sem nenhuma objeção, explora lentamente cada curva do corpo até parar lá, no tão aguardado destino. Outras partes deles reagem, pulsam, endurecem, latejam, entumecem, piscam e umedecem como se obedecessem a uma partitura precisa e arrebatadora. Eles são regidos pelo desejo.
Dá para sentir que ambos querem muito aquilo. Conforme o beijo se intensifica, a mão tem a liberdade para seguir em frente: ela acaricia, apalpa, belisca, aperta, dá um tapa de leve, outro um pouco mais forte, e ajuda os corpos a pouco a pouco se fundirem.
Repete movimentos de forma cadenciada para depois mudar tudo, outro ritmo e uma sensação crescentemente libidinosa. O desejo está no toque, à flor da pele, e provoca suspiros, gemidos, grunhidos de tesão. O corpo reage ainda mais entrando num terreno difícil de controlar. E pulsa e endurece até quase explodir dentro da calça, pisca, entumece até deliciosamente doer um pouquinho. Secreções saem de ambos os sexos. Eles sentem, eles sabem, eles precisam daquilo.
A mão boba abre caminho e a outra agora acompanha a ação. Ora completando a cena, ora independente em sua audácia, o que ajuda a deixar os pêlos da nuca dela, do braço dele, eriçados. Que sensibilidade é aquela capaz de enlouquecê-los?
O tato se torna uma arma para desejos super reprimidos, há tempos ensaiados. As mãos querem agarrar, dominar e nunca mais soltar aqueles corpos. E cada um daqueles corpos deseja ardentemente continuar preso pelas mãos, sentindo o calor que emana delas, pelo máximo de tempo que aguentar antes de desfalecer pedindo mais.
As mãos, que de bobas não têm mais nada, sabem o que fazem. E exploram de levinho, quase sem tocar, para depois apertar deixando a pele vermelha, marcada pela intensidade do desejo. Uma delas sobe até a boca, intrusa em um beijo ao qual é logo convidada a participar: os lábios se abrem e sugam um dedo, depois outro, entram três, que saem molhados, mais do que preparados para o que está por vir.