É muito claro o quanto estamos meio (ou totalmente!) desorientados e como transtornos mentais deixaram de ser “frescura” para lotar consultórios médicos. Chegamos num momento em que temos que escolher: ou paramos para uma grande terapia coletiva ou vamos todos nos enterrar em um buraco de intolerância, preconceito e conservadorismo.
Primeiro sobre a falta de um norte claro… Já trouxe algumas vezes aqui no blog para a discussão, a minha percepção – e tão somente ela, sem qualquer estudo ou comprovação científica para sustentar meus argumentos – de que embora tenhamos acesso a um mundo de informação, nos acostumamos a interpretar títulos e tirar conclusões incontestáveis com base em uma passada rápida de olho pelos parágrafos de um texto.
O ponto se estabelece sem contra-ponto, a réplica quase nunca se abre à tréplica. Eu falo, mas não escuto; quando percebo algo que vai de encontro as minhas certezas, repercuto sem apuração muito menos reflexão… E assim vou ecoando um mundo de achismos, com a arrogância de achar que o outro está sempre errado. Eu me torno um alienado, um ser mimado, isolado em uma bolha de aparências.
Mas engana-se quem acredita que arrogância e força são irmãs. Frágeis, estes mesmos donos da razão tateiam no escuro em busca de uma luz que os norteie e vez ou outra tropeçam feio, caem de cara no chão e frustram-se quando notam estar dentro da roda da interdependência.
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O passo seguinte da fragilidade não-aparente e da construção deste mundo de preconceitos, intolerância e conservadorismo é perceber-se fincado em terra instável. Bate um vento aqui, o chão treme um pouco ali e o nosso teto de vidro se rompe sem qualquer resistência à tempestade que cai sobre nossas cabeças. Estamos desprotegidos… Os alicerces da estrutura, a tal força que nos sustentava, sucumbem. Perdemos a base, o fio da meada, o poder de reação. Ansiedade, síndrome do pânico, fobias, transtornos de todos os tipos, anorexia, bulimia, esquizofrenia, depressão. Não somos nada, estamos sozinhos, iremos morrer… Para com isso!
O ciclo precisa ser quebrado enquanto é tempo. Vamos ouvir, ler, conversar e estressar ao máximo nossas certezas até que reste apenas um sincero respeito por tudo que conquistamos até aqui. A história nos ensinou a resistir e seguir em frente.