Quantos compartilhar isto merece?

Eu me sinto quase na obrigação quando vejo um vídeo bacana, leio um texto legal ou dou risadas com alguma das inúmeras bobagens que circulam por aí, de clicar no botão e compartilhar logo com todos vocês. Não para ser o primeiro, mas para dividir com os meus amigos a surpresa, emoção, empolgação e gargalhadas que eu dei. Mais: ver como todos reagem – se de forma parecida ou não comigo. O resto é puro prazer: curtidas, comentários e mais pessoas atingidas, em um disfarce agradável de uma boa interação social. É disfarce, não me iludo.

Esse foi o ponto de partida, a forma como EU me comporto no Facebook, Twitter e afins. Até aí tudo bem. Problema meu se dedico mais tempo do que deveria à vida digital por uma ilusão.

O que pegou dia desses foi um conhecido me avisando que uma publicação minha era “antiga” e que ele “já tinha visto e postado há duas semanas”. (1) Como se coisas antigas não pudessem ser legais; (2) como se eu não pudesse ser um atrasado; (3) Como se aquele espaço não fosse meu de cabo a rabo!

Impressão minha ou enquanto não donas/criadoras/autoras dos posts, as pessoas passaram a reclamar e exigir o título supostamente vanguardista de “quem compartilhou primeiro”? Uma bobagem, isso não representa nada.

dislikeTem gente que se esforça para ter a tirada mais engraçada e inteligente, doa a quem doer, ataque a quem atacar. Do que importa mesmo, não é? Por alguns segundos de popularidade e gracejo online vale arriscar e perder uma relação de anos. Quem se importa com um se temos tantos amigos a disposição em um único clique? A efemeridade louca e burra dos que antes falavam sem pensar, tornou-se aquela dos que atropelam o teclado para sair na frente e virar a sensação em compartilhamentos e retweets. A troco de quê?

Antes, quando limitada a um pequeno grupo, a ofensa podia ser facilmente desfeita com um pedido de desculpas. E hoje? Um ataque público, aqui e agora para milhares de seguidores/amigos, se apaga com um simples “foi mal” lançado em meio de outros milhares de vídeos, páginas e músicas? O que fica? A mágoa ou os poucos segundos de fama?

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