Sabe aquele porteiro que não vai muito com a sua cara e que na primeira chance, com aquele poderzinho que de repente passa a ter – o de abrir o portão para você em um dia de chuva -, resolve te deixar ali, encharcando do lado de fora, enquanto finge não notar os seus gestos desesperados ou o dedo afundado no interfone? Esqueça ele.
Sabe o motorista de ônibus que ignora a sua presença no ponto, o sinal que você dá para ele parar e passa direto, porque provavelmente está atrasado e quer logo largar serviço para ir para casa? Não pense nele agora.
Lembra o motorista daquele carro que em pleno congestionamento avança no farol amarelo, fecha o cruzamento ou para bem em cima da faixa de pedestres. Aquele que como se não bastasse tudo isso ainda mete a mão na buzina como se o som estridente fosse mágico e desatasse nós? Esforce-se para ignorar as atitudes dele.
E o funcionário do banco, dos Correios, da Operadora de Celular, da tevê a cabo, do DETRAN, do cartório, da delegacia, da prefeitura ou de qualquer outro serviço público, a grande maioria concursados, que ou são um poço de má vontade ou nos fazem de idiota ou acham que você tem todo o tempo do mundo? Apague esses da sua memória.
Vamos nos afastar de quem acha que com pequenos poderes podem ganhar vantagem, humilhar ou desrespeitar. Vamos manter o foco no resto, aquelas pessoas que são capazes com um sorriso, uma palavra, uma gesto ou atitude transformar água em vinho, de multiplicar pães, curar, transformar e tornar a nossa vida mais leve. Perdemos tanto tempo reclamando da má vontade alheia, da ruindade de terceiros, que deixamos de ver e valorizar os GRANDES PODERES com os quais diariamente nos relacionamos e que tornam tudo mais leve, feliz e suportável. Sorriso, gentileza, educação e prestatividade são bons demais para serem subjugados.