Pasteurizamos o Facebook

Pasteurização – explicação que copio da Wikipédia e colo aqui – “é o processo usado em alimentos para destruir microrganismos patogênicos ali existentes (…) e consiste, basicamente, no aquecimento do alimento a uma determinada temperatura, e por determinado tempo, de forma a eliminar os microrganismos ali presentes. Posteriormente, tais alimentos são selados hermeticamente por questões de segurança, evitando assim uma nova contaminação.”

Dos alimentos, do Facebook.

Como donos da verdade, pelo menos daquele mural que nos pertence, incitamos o ódio, criticamos as diferenças e nos achamos no direito de rir e zombar de quem quer que seja. Vivemos um momento inédito: nunca antes falamos para tantos e de forma tão rápida. Nunca nossas ideias tiveram tanta importância e repercussão. E também nunca o que pensamos contou tanto e por tão pouco tempo.

Se por um lado falamos e somos ouvidos, a perenidade, relevância, profundidade e impacto de nossas ideias nunca foram tão insignificantes. Dura o tempo de um post no Facebook e no Twitter. Nada! Quando foi que começamos a contabilizar o impacto de nossas atitudes por likes e comentários? Quando passamos a ignorar o valor dos outros dentro do discurso e passamos a achar que somos os reis da cocada preta. Que bobagem…

Queremos pasteurizar a opinião dos outros criticando quem discorda do nosso ponto de vista e esculhambando que ousa pensar diferente. Tudo por um mural limpo, agradável e confortável. Um julga o outro com uma naturalidade absurda, sem levar em conta todas as variáveis que nos torna seres humanos únicos e diferentes. Ignoramos o valor das diferenças para a nossa evolução e crescimento. Partimos do pressuposto que somos melhores como se não houvesse espaço para todos. Um mural limpo, agradável e confortável… Mas também mais chato, bobo e replicado a exaustão. Entramos todos no mesmo trilho: os do chatos, sem personalidade e opinião. Compartilharei isso.

Ainda segundo a Wikipédia “o avanço científico de Pasteur melhorou a qualidade de vida dos humanos permitindo que produtos, como por exemplo o leite, pudessem ser transportados sem sofrerem decomposição”.

É uma pena não poder dizer o mesmo do nosso comportamento. A decomposição das ideias nunca foi tão aparente e estar numa zona de conforto, a que nos coloca todos dentro de um fantástico mundo imediatista e sem personalidade, me desculpem os fodões “formadores de opinião” facebookers, não melhorará a vida de nenhum de nós. A vida segue e continuará assim até que tudo não importe mais.

Para finalizar, um vídeo com uma mensagem obrigatória. Espero que nós possamos entender a sua essência e o mais importante… VIVÊ-LA!

 

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