Vendo estrelinhas… Vermelhas!

Do meu  “desejo super honesto de que algumas de minhas ideias ocupem um lugar de fácil acesso. Por apreço, apego, orgulho e até crescimento pessoal”, registro aqui um pouco do que foi esta maratona política que travamos nas últimas semanas. A discussão foi acalorada, tensa e imatura. Dos dois lados. Nada folclórico ou festivo à democracia, azuis e vermelhos, caprichosos de seus ideais e garantidos de serem donos de uma razão extremamente questionável, muitos de nós destilamos ódios e preconceitos.

Diante da distribuição dos votos no Brasil como um todo e em Minas Gerais, estado onde vivi boa parte da minha vida e que muitos analistas disseram ter sido decisivo no pleito, fica claro que o PT deve mesmo ser muito bom e carismático com a parte mais carente do país. Não posso falar, criticar ou julgar com propriedade aqueles que estão em zonas onde o assistencialismo é um agente social transformador. Mas está claro e provado que isso conta e muito para a maioria dos brasileiros. Quando o assunto é mais urgente (como o medo da fome) parece plausível aceitar que eles não se importem com conceitos mais complexos e intimamente ligados, como inflação ou desvalorização cambial.  

Contudo, penso que mesmo diante disso não dá para agrupar os Dilmistas como se fossem um só grupo homogêneo e rotulá-los de carentes ou desinformados. Existe um entorno, gigante, que não pode ser desprezado. E não precisamos concordar com eles… Podemos sim, mesmo os derrotados, continuar acreditando num outro lado e defendendo ideias discordantes.  

Registro aqui o tuíte do jornalista André Trigueiro e que resume bem o meu sentimento pós-batalha.

Sim. É preciso ultrapassar aquela “desconstrução sumária”, a mesma que nos fez desqualificar, tripudiar e menosprezar opiniões contrárias, vindas muitas vezes de quem nos cerca. Com que direito fizemos isso?

No mundo que estamos vivendo perdemos pontos por pensar diferente. Não precisamos concordar com tudo (e na totalidade) para sermos queridos, amigos e continuarmos felizes. Conviver com a discordância de ideias mostra a maturidade das relações e foi uma pena enxergar que nem todo mundo encara a intimidade estabelecida dessa forma.

Nunca é cedo para repetir que respeito é bom e todo mundo gosta; política, religião e futebol não se discutem; opinião é igual bunda, cada um tem a sua; e, claro, que é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã.

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