Armadilhas Humanas

Prega-se um susto onde residia calma e parcimônia: é a janela levantada, a porta destrancada, o alarme desarmado… O coração aberto. Ai de todos nós vítimas de algozes destemperos, da desfaçatez de simulacros, do fingimento descarado e da mentira deslavada. O noticiário traz bombas armadas e prontas a explodirem em nossas mãos. Tic, tac, bum! Dissimulados…

Não é uma patrulha do não faça isso “porque não pode”, “é proibido” ou “vai contra a lei”. É a zeladoria, a curadoria, porque isso incomoda, aquilo machuca, aquilo outro dói e você pode pelo menos tentar se colocar no lugar deles. Guerreiros da contemporaneidade…

Enquanto isso boa parte se escandaliza, e desliza; aplaude, e desliza mais um pouco; sensibiliza, e desliza mais ainda. Há ainda espaço para diversão compartilhada, e desliza e escorrega entre lágrimas oportunas ou oportunistas. Vai saber… A facilidade de comprar uma briga é a mesma de tirar o corpo fora dela conforme o balanço do mar. Navegadores…

Mas o que define mesmo o homem moderno é a mistura de dissimulados guerreiros da contemporaneidade navegando por aí como se estivessem prontos a descobrir (ou a redescobrir) o sentido da existência. Para eles, viver é poder contar suas meias verdades, comprar mentiras que corroboram com suas crenças e sempre que for preciso, xingar, desmerecer e lutar muito, numa forma nova de ou tudo ou nada, é matar ou morrer em cliques anônimos. Intransigentes…

 

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