Estudo realizado pela Associação Brasileira das Empresas de Infraestrutura e Hospedagem na Internet (Abrahosting) revelou que mais de 60% do tráfego de dados no Brasil é gerado por robôs. Isso mesmo: SESSENTA PORCENTO! A observar como nos envolvemos com eles, o tempo que passamos juntos, como ditam o que falamos por aqui e a importância que desempenham em nossas vidas (como as controlam), não é nenhum absurdo dizer que alcançamos aquele futuro dos filmes de ficção científica. Agora resta saber como sobreviveremos a ele.
Pense no assunto da vez. Trending topics, viral. Lembre da briga que teve com um desconhecido dentro dos comentários. Haters. Releia a afirmação extremista, o insulto preconceituoso que surge sem inibição, medo… Existe uma grande chance de tudo isso ser pura perda de tempo, situações propositalmente armadas por robôs programados para nos tirar do prumo ofendendo a todos e magoando a torto e direito sabe-se lá sob qual norte. Códigos customizados para o caos, para provocar tumultos, rupturas e amplificar as inúmeras diferenças, aperfeiçoando a cada nova interação a arte de atingir em cheio aquilo que dói de lado… Nunca, sob hipótese nenhuma, a favor do que nos aproxima.
Diante de tantas brigas, discussões e energia desperdiçada com esse “nada”, corremos o risco de pouco a pouco aprendermos a banalizar o mal, caminhando, perigosamente, para uma zona de insensibilidade onde nada importa, e que tanto faz quanto tanto fez ser ou não ser. Eis aí a grande questão.