Via Lava Crucis Jato

Quem não deve, não teme, pelo menos no discurso. Quem não tem culpa no cartório, que se apresente de forma altiva, cabeça levantada e sem deixar por um instante de olhar no fundo dos olhos dos acusadores, dos mentirosos, dos caluniadores e difamadores, para exigir a responsabilidade pela farsa estabelecida, pela idiotice contada, pela canalhice criada. Que tenha a retratação merecida e que use da mesma justiça para calar de uma vez por todas os que levantam a voz para proferir farsas.

Dito isso não aceito a história de que advogados do presidente Lula tenham ido a justiça pedir o cancelamento do depoimento que ele presta neste instante ao juiz Sérgio Moro. Lula, como parte de uma investigação da magnitude como a que está acontecendo, precisa sim prestar esclarecimentos, deve sim olhar nos olhos de Moro e jamais ousar sequer pensar fugir da batalha a qual diz ser vítima.

Lula e ninguém está acima do bem e do mal, da força da lei, do poder da honestidade. E não adianta grandes ajuntamentos de fiéis bradarem inocência ou culpa, hashtags serem alçadas ao trending topics mundiais nas redes sociais, ou o assunto não ser outro em restaurantes e cafés das cidades com comentaristas especialistas em repetir análises que viram/leram/ouviram na grande mídia, se quem detém a verdade e pode mostrá-la ao país é quem está dentro daquela sala em Curitiba.

Paremos de santificar ou de bestificar pessoas que têm tantas virtudes e falhas que fogem do que é dito, mentido, inventado nesta ficção que é a vida pública brasileira. Caso Lula ou Moro tenha errado, que pague cada um com a responsabilidade pelo que fez. Caso contrário, que sejam inocentados. Curitiba não é Jerusalém. Sérgio Moro não é Pôncio Pilatos. E Lula, definitivamente, não é Jesus Cristo carregando os pecados dessa brasilidade corrupta e detestável.
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