Flores de Plástico

Cultivaram uma flor resistente no fundo de uma mesa com suas folhagens verde-vivo. Fincada em terra árida, ostentava pétalas de cores intensas como se não dependesse das coisas simples de sempre – a água, a luz e um pouco de atenção – para sobreviver.
 
Atravessava semanas inteiras dentro de uma solidão só sua, decorando o nada para ninguém. Bravamente resistia num mundo sem toque e cuidado. Poderia ficar assim por um, cinco, quatrocentos e cinquenta anos, mas sua hora chegaria. Quem voltaria a cantar que até elas, as flores de plástico, iriam morrer?
Das coisas mais básicas e essenciais à sobrevivência até aquilo que cada um considera indispensável para uma existência tranquila. A água, a luz e um pouco de atenção. O toque e o cuidado no melhor de nós mesmos pela preservação de uma vida em constante florescência. Coloridos de encantamento pela sobrevida conhecida. Por entendermos que não somos de plástico e tão logo morreremos.

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