Cotas em Brasília

Dizer a esta altura dos acontecimentos – sem que todas as pastas e ministérios  estejam definidos – que o fato de não ter mulheres e negros na equipe do Temer é sinal de racismo ou misoginia, me parece aumentar um ponto neste conto.
 
Não podemos falar pelas pessoas que estão sendo escolhidas, mas sim por nós mesmos. Soa desespero, ataque a primeira coisa que passa pela frente esperando que isso reverbere além da nossa impressão, do nosso pré-conceito. 
 
É claro que seria esperado que conseguíssemos nos enxergar em “nossos” líderes, que estivéssemos todos representados lá (incluindo índios, representante LGBT e por aí vai). Mas infelizmente essa parte da população ainda  está longe de ocupar todas as cadeiras que deveria nas instâncias de nossos governos, a observar o número de congressistas e senadoras mulheres, ou a proporção de brancos frente aos negros na Casa do Povo…
 
Não há cotas para cargos de confiança. Não deveríamos querer que houvessem. Pensar que um líder deve ser escolhido baseado na cor da sua pele ou gênero, me parece puro e simples reforço do preconceito que há dentro nós. Torço para que vozes surjam – de todas as matizes de cores, credos e gêneros – e que ocupem postos por merecimento e pela história de vida entregue ao país. 

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