Ela nela 

São duas garotas que se conhecem nos contornos. Juntas chegam ao cume, e se entregam como nenhum casal ao clima daquela relação. Nada de gelo. Ali impera a volúpia como num vulcão em erupção.

É tudo muito quente e capaz de provocar tremores internos não mensuráveis na escala Richter. É o encontro de placas que se roçam, esfregam, provocando fenômenos naturais irreparáveis. É o ponto de partida da noite mais longa do ano, de temperaturas acima da média. Las Niñas!

Com o tempo tornam-se a base de um universo singular formado em torno de duas estrelas de proporções solares. A órbita é perfeita, como se adivinhassem e pudessem coordenar até as mínimas coisas do entorno.

Corpos que são como florestas tropicais: guardam segredos ainda inexplorados. Mas não precisam de bússola para chegar aonde querem… A pele de uma é como uma folha macia, quente e tão aveludada que fascina já  num primeiro toque. A pele da outra é atitude, pura força, vigor e muita resistência.

Juntas sentem o sangue circular em movimentos migratórios de pura libido.  Invadem novas áreas e travam disputas corporais rompendo fronteiras do sentimento. Trocam energia e sentem desbravadoras de um mundo novo. E o amor cresce como uma árvore do algodão de ceda, frondosa e dando flores que encantam e perfumam a cidade.

Um pouco abaixo da linha do equador, o cheiro que seduz, o toque que pede, a boca que sente. Era G da geografia perfeita, minuciosamente estudada e explorada. Era G de gostar muito, de gemer alto, de gritar de prazer. Era g de gozar até o corpo não aguentar mais. Ela nela é energia que capaz de alimentar uma cidade inteira.

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