A minha única pergunta em meio a tantos fatos novos neste buraco negro que é a Operação Lava Jato é: isso vai ter fim? E ó, esqueçam… Não temos nem mesmo um time de futebol (como aquele de 70) capaz de unir a nação e nos fazer esquecer dos problemas, de nos tornar apaixonados pelo Brasil com direito a bandeirinha nos carros e janelas dos prédios.
Estamos divididos como nunca estivemos e a minha impressão é que precisaremos passar por algo muito sério que seja capaz de nos fazer tirar a armadura e ouvir verdadeiramente o outro lado. Ao remendar os rasgos e tentar costurar os retalhos desse estrago político, fica a sensação de que não só paramos no tempo como estamos voltando, como seres humanos, nele.
Vamos tentar imaginar o futuro, o Dia 1 depois que o impeachment foi rejeitado pela câmara. Isso mesmo: suponhamos que Dilma não saia até 2018! Protestos aumentarão e certamente a paralisia do governo agravará ainda mais a nossa situação. E tome mais protesto, protesto e protesto. Dos coxinhas agressivos e descontando a ira, como já vêm fazendo, em quem veste vermelho(!), anda de bicicleta, coisas do tipo. Pontapés, insultos, gritos, socos. O suprassumo da ignorância!
Agora vamos lá, a Dilma cai… Fogos de artifício, Avenida Paulista repleta de gente de verde e amarelo cantando o hino nacional em frente a Fiesp, orgulho, lágrimas, brasileiros que não desistem nunca.
Alguém por acaso tem dúvida de que o outro lado sairá com força e raiva para as ruas, inconformados com o que eles chamam de “golpe”? E como o novo governo – considerando a podre linha sucessória já conhecida por todos – conseguirá silenciar os movimentos sociais que estarão ainda mais mobilizados, as possíveis greves gerais das centrais sindicais tradicionalmente ligadas à esquerda, os black blocs… E tome protesto, protesto e mais protesto. Dos esquerdopatas com sangue (vermelho!) nos olhos. Esperem TAMBÉM nesse cenário vidraças de bancos e redes de fast food destruídas, ônibus queimados, o caos.
Como conseguiríamos escapar deste círculo vicioso e construir uma solução capaz de contemplar essas diferentes visões? Como reerguer o Brasil se, dificilmente, coxinhas e esquerdopatas irão baixar guarda e levantar bandeira branca a favor do país sem temer que isso signifique necessariamente uma derrota?
Os ânimos estão alterados demais e tamanha paixão é destruidora, cruel. Vejo amigos defendendo suas ideias com paixão, rompendo laços de anos. Ouço amigos falando que choram com as notícias tamanha a decepção… E não é que não podemos nos emocionar com os fatos, mas estamos tão envolvidos que levados por tanta emoção corremos o risco de não termos a racionalidade necessária para amadurecer como POVO.
Queria acreditar em uma solução pacífica, sem confrontos físicos e violentos, sem mortes, mas pelo andar da carruagem ainda teremos que sofrer muito para entender que “avião sem asa, fogueira sem brasa, sou eu assim sem você”.
Não, não tem jeito, pessoal… Estamos juntos nessa.