A Meta que não era Meta de um Governo que não era Governo

Apresente-se como o novo, mas que é o mais do mesmo (ou uma versão piorada do que conhecemos). Diga que consegue, alarde aos quatro cantos do país que é capaz, chame a responsabilidade para si, prometa matar no peito, dominar as intempéries, controlar as incertezas, acalmar os ânimos e voltar ao equilíbrio.

Ao mesmo tempo e sem recuperar o fôlego: vá dormir com uma reprovação recorde e acorde esperando números piores. É um novo escândalo, uma outra bomba, mais uma delação caindo bem em cima do seu colo. Negocie até altas horas para manter-se no poder distribuindo o dinheiro que não tem e favores que serão devidamente cobrados. É o preço que se deve pagar por alguns meses num posto que jamais voltará a ocupar. Mas por que sair agora, não é mesmo? Ainda há muito estrago a fazer!

Fale em ajuste fiscal, estabeleça uma meta, brinque com a ignorância do povo arrastando para depois as consequências da incapacidade que você, líder, tem de fechar as contas, de cumprir a palavra, de honrar o discurso.

Erro de cálculo, falha de gestão, déficit, incompetência genuína, rombo nas contas. Quem ainda dá crédito às suas promessas, Temer, Meirelles e companhia limitada? O que melhorou desde que assumiram botando banca de salvadores da pátria? Estamos falando mesmo deste Brasil de agora, 2017, onde os serviços públicos, bem longe de serem satisfatórios, perigam chegar a um fatídico colapso?

Espantoso que muitos de nós ainda apostem neste governo corrupto negociado entre bandidos na calada da noite e cheio de intenções questionáveis, para um prometido recomeço. Políticos impopulares, sem qualquer representatividade, que têm a audácia de tocar em temas sensíveis sem uma discussão aberta com o povo que representam. Ignoram a força das massas por medo ou de forma deliberadamente consciente? Não ligam, já sabemos… Os interesses são outros e passam longe da grande maioria que é dependente do básico.

A todos nós que aqui chegamos assistindo ao lixo se deteriorar… Não existe o mal necessário, e sim boas práticas executadas por pessoas capacitadas (técnica e eticamente) para provocar uma vontade coletiva de fazer dar certo… Vai além de números ditos para acalmar o mercado, para satisfazer investidores.

Ela é referência, que é motivação, vem em forma de incentivos (não cortes), que é o empurrão necessário para agigantar não aquela meia dúzia de empresários super ricos beneficiados há mais de quinhentos anos, e sim os vários milhões de batalhadores que lutam arduamente para chegar lá. De cima para baixo, de baixo para cima e para todos os lados… Porque ainda que ignorem continuamente a nossa voz, aquilo que queremos, o Brasil, nós brasileiros, somos maiores e melhores do que esse vexame propagado diariamente em manchetes de jornais.

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