A Solidão na Vida Virtual

Na alma amargurada que reside em um corpo solitário enquanto desliza a tela em busca de ocupação, olhos que pulam de canal em canal a procura de algum entretenimento, o tédio de quem engole sem saborear o que vê pela frente. A próxima página não é menos densa.

Não reconhece mais a existência do que um dia foi (em si e no outro). Abandonado a própria sorte, seja o que Deus quiser, se é que Ele existe e espera alguma coisa… As sementes internas atrofiaram e o que era princípio, Verbo, respeitar, amar, dialogar, criar e crescer, tornou-se adjetivo de sujeitos decompostos.

Vivendo sem qualquer contrapartida, a voz imperativa num mundo vazio e descrente das cooperações. Anda sem destino, fala sem sentido e espelha sua frustração em gritos que assustam, emudecem e afastam; sempre nessa ordem. Como se conversasse com alguém… Quem ofende é quem mais sofre preso no universo das oportunidades perdidas e vozes silenciadas. É que viver online sem sentimentos reais (por si e pelo outro) sentencia o próprio fim.

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