É cedo para validarmos 2017?

A algumas semanas de fecharmos 2017 para balanço, já dá para bater o martelo: foi complicado. De uma política afundada na não-representatividade (ora brincando com fogo ora rindo de nossas caras ao ser amparada numa justiça com viés injustos) ao renascimento e fortalecimento do discurso em defesa da supremacia racial.

Reformas que desconstroem antigos conceitos, que tiram direitos. Malas de dinheiro, trabalho escravo, bate-boca no Supremo, prisões e custódias. Um novo nome na Procuradoria, na Polícia Federal, ambos aplaudidos em suas posses por muitos dos denunciados. A cartada final da impunidade defendida como uma “maior apuração e investigação”.

O retrocesso dos supremacistas brancos, racistas sui generis, armados até os dentes e vociferando abertamente os preconceitos. Democracia? Tiro, porrada e bomba. Censura nas artes, movimentos separatistas, atentados terroristas. Mais tiros. O joio e o trigo na balança medindo forças cada um com sua arma. É verbo ou pólvora? Urânio… São testes balísticos respondidos com tuítes enfurecidos. E sobram declarações desastrosas que invalidam tratados de não-proliferação nuclear e o abandono de acordos que tratam da questão climática. Furacões são a resposta.

A cidade maravilhosa e seus ex-governadores enjaulados em caos pós-Olímpico. A cracolândia marchando em novo front de batalha na cidade linda abandonada pela maratona de viagens promocionais. Privatizem, modernizem, validem o “novo”. Novo?! Não rola, abaixa a bola.

A impunidade à brasileira escorre na lama da Samarco. É a mesma mineração com o aval para derrubar áreas protegidas com a promessa de responsabilidade ambiental. Aham! Salvem a Amazônia, deu certo, por enquanto.

E o dinheiro para o bom funcionamento de delegacias, hospitais e escolas no país que clama por segurança, saúde e educação. Prioridades são colocadas em segundo, terceiro, último plano enquanto brasileiros estão rendidos no aumento de B.Os, agonizando em pronto-socorros abarrotados e emburrecendo a olhos vistos. Futuro?! Quem liga?

A volta da fome na tal recuperação econômica… Cortem o Bolsa Família! E eliminem também os outros programas do governo com a austeridade (e incoerência) de quem tira daqui para pôr ali. Mais cargos, novos super salários e “sim” ao privilégio em rede nacional.

As pontas estão soltas num dezembro onde tudo pode acontecer, mas que caminha a passos largos com a inocência e a negligência de sempre. Como o futuro se constrói agora, no presente, dá para imaginar que 2018 não será fácil. Esperamos respiro, o Carnaval e a Copa, e uma eleição com projetos milagrosos como se os perfis concorrentes ao pleito não fossem moldados em meio a mais pura esbórnia e falta de caráter.

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