Mexeu com todos

Tem uma força muito forte emergindo de dentro da nossa sociedade, que é ao mesmo tempo inconformismo e vontade de fazer acontecer. É não aceitar simplesmente o que está estabelecido porque sempre foi assim; é questionar antigos valores, velhos hábitos e lutar contra prerrogativas falhas.

Esperneiam machistas, sexistas, misóginos, homofóbicos, racistas e todas as outras infindáveis classes de preconceituosos, por perceberem a perda de terreno, o combate e o enfrentamento sem medo, que nada é tão simples e fácil como foi num dia não muito distante de onde estamos agora. O mundo mudou, está mudando, ainda bem!

Reeditamos o um por todos e todos por um. É mexeu com uma, que é mexer com todas. É poder dizer para tantas pessoas se acalmarem, que vai passar e tudo vai melhorar. É ser pela vida das pessoas trans, mas não só delas… De quem mais precisar! É subir hashtags de empoderamento, ocupar espaços de representatividade, bater no peito e trazer para si a responsabilidade da verdadeira transformação que é a que ocorre de baixo para cima, onde cada um importa e faz a diferença.

É não se calar quando alguém é espancado até a morte ou não aceitar que tantas vidas sejam perdidas por não se enxergarem dentro de um padrão falho e inexistente. Afinal o que é certo senão viver suas próprias verdades?

É fazer-se ouvir diante de casos de abuso, tantos deles. É expor sim estudantes de medicina de Vila Velha, no Espírito Santo (ou os de Blumenau, em Santa Catarina) que saem da faculdade achando que há espaço para “brincadeira” onde é somente violência e agressão gratuita à dor de tantas mulheres. O que eles têm a ganhar com a foto senão a mais contundente prova de ainda estarem inaptos para uma vida em sociedade e para o exercício de uma profissão que é 100% doação a outros seres humanos?

Vai ficar melhor, tenho certeza! Finalmente estamos entendendo que mexer com um, significa sim mexer com todos… Que não dá para ter um mundo justo (e consequentemente melhor), se a justiça não se aplicar sem distinções. Estamos aprendendo (e isso com um custo, claro) a entender os limites de cada um e a nos reeducar constantemente para sempre respeitá-los.

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