Obrigado por discordar. Valeu mesmo por quase me fazer perder as estribeiras e sentir o sangue ferver num rosto tomado de puro ódio. Estou aqui para agradecer – de verdade! – por você não ser uma pessoa simples… Por questionar quando não quero explicar; por duvidar daquilo que estou convencido estar certo; por dizer uma coisa absurda, atrasada e sem pé nem cabeça, me fazendo refletir que a ignorância é vizinha e está sempre à espreita.
Não tem cérebro capaz de ser tão veloz quanto um coração disparado pela ira, pela vontade que dá de partir pra cima, de chamar pelos nomes mais impróprios, de fazer com que você desapareça… Da minha frente, da lista de amigos, desse mundo.
É por você ser assim tão insuportável que sou capaz de me levar a um estado de quase transcendência: saio de mim e tenho a chance de conhecer um alguém que é quase sempre controlado, maquiado ou suprimido. Eu passo a entender que todos nós temos altos e baixos, momentos felizes e infelizes, de sabedoria e pura ignorância. E dessa capacidade de conhecer a si mesmo sem filtros, nasce a esperança real de uma troca verdadeira – aquela que promove o crescimento dos dois lados.
Tudo começa por um muito obrigado não esperado e pela quebra do ciclo vicioso de ataque e defesa. Eu agradeço por você discordar, por me fazer perder o fio da meada e por testar continuamente os meus limites. Valeu mesmo por ser tão do contra e me dar a chance de, repetidas vezes, saber que ainda tenho muito o que melhorar.