Abra a mente, mantenha-se concentrado e não encerre um assunto desagradável por birra ou incompatibilidade. Faça isso como um exercício de resistência, a prova da sua paciência, como que para descobrir os limites da tolerância.
Não bufe, revire os olhos ou balance as pernas deste jeito ansioso tentando a todo custo acelerar o ritmo da conversa. Aguarde pacientemente a vez de falar, mas não para refutar o que acabou de ouvir. Entre na conversa, peça detalhes, aprofunde nas minúcias e nos fatos mais curiosos da história. Tire dúvidas e experimente ver por uma outra ótica, ainda que absurda e totalmente fora da realidade (a sua, claro).
Quando nós estamos por aqui ó, quase para explodir, revelamos mais da nossa intolerância ao contraditório e da inabilidade para ouvir verdadeiramente, do que sobre essa estupidez tão presente e incômoda no discurso alheio.
Quando chegamos às vias de fato, e explodimos, mostramos a cara dos verdadeiros estúpidos, que vêm geralmente envernizados de uma sabedoria imaculável. Achar-se sempre certo é perigosíssimo; e acreditar mesmo que está com a razão, uma armadilha consciente de auto-sabotagem. Nenhuma verdade vem livre das muitas interpretações possíveis e do quanto de nós mesmos colocamos nela mudando sempre o jogo estabelecido. Paciência.