Previsões para um 2018 previsível

O baile segue num 2018 repleto de feriados, com Copa do Mundo e o que promete ser a cereja do bolo, a escolha de novos deputados estaduais, governadores, deputados federais, senadores, um vice e o eleito a novo salvador pátria (da maioria vitoriosa) ou ao posto de inimigo em comando (para os perdedores), ele, ela, na presidência da república.

Não precisa de muita malícia ou conexão com outros planos cósmicos para definir que o caminho será tortuoso, com muita briga, repleto de acusações, endosso de mentiras, réplica de discursos prontos além  da velha tendência de agredirmos uns aos outros na defesa da tal verdade, todas aquelas obviedades que a estupidez alheia é incapaz de enxergar. Gritos, novas hashtags e diferentes formas de matar e morrer em vida.

A Copa do Mundo – que é da Fifa, da compra e venda de votos, do Kremlin e das fake news –  permitirá que nossos arqui-inimigos, coxinhas e mortadelas, esquerdopatas e direitistas fascistas se unam atrás da figurinha mais disputada, aquela que falta para completar o álbum. Alguém tem o Neymar?

Teremos horário de trabalho reduzido quando a seleção for entrar em campo, as batidas do Olodum em Salvador, vídeos com comemoração das torcidas Brasil afora e a ilusão de que, dentro daqueles noventa e poucos minutos cronometrados, haaaaaaja coração para o mesmo povo que tem que manter-se saudável numa disputa de vida ou morte em todos os 365 dias do ano.

Além de feriados, muitos deles, pontes em terças ou quintas-feiras, o Carnaval, a Páscoa, a semana do Saco Cheio, Black Friday, os trinta dias de férias, Natal e Réveillon dinamitando a já fragilizada relação com o tempo. Nós, homens e mulheres modernos na correria para cumprir uma agenda presa ao Outlook e em vidas pontuadas nos check-ins  do Instagram, Facebook, Twitter, Google, onipresentes na definição dos nossos próximos passos. “O que estamos pensando” continuará a ser a armadilha de tudo aquilo que temos que pensar, de onde temos que ir e do que precisamos fazer não por vontade própria, mas por imposição do lifestyle virtual. Manteremos de bom grado a alienação inconsciente.

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