Como saio das eleições 2018

Fiz o que achei que cabia a mim fazer. Lutei pelos ideais que acredito e defendi posicionamentos moderados que não estivessem no oito ou no oitenta. Respondo por mim e, por mais difícil que seja, tenho que respeitar o desejo da maioria de entrincheirar-se em suas convicções.

De tudo que vi e li – e participei como nunca antes do processo eleitoral -, o que mais me assustou não foi propriamente o levante do extremismo, o preconceito descoberto desse entorno que, aqui pra nós, SEMPRE foi cruel e dificilmente deixaria de ser assim da noite para o dia

Fiquei e continuo assustado mesmo é com o tanto de mentiras sustentando verdades, sendo compartilhadas a torto e direito para formatar o estereótipo de divindade de um lado, e de maldade do outro. Sites falsos, imagens alteradas em programas de edição, frases fora de contexto e, socorro, ninguém muito aí se os fatos procedem ou não. É para denegrir uma pessoa, e é para enganar muitas outras.

Líderes religiosos, cantores evangélicos, de corpo e alma numa campanha de desconstrução de ensinamentos bíblicos fizeram eu ter ainda mais certeza da minha não-religiosidade. Fake news. É literatura, da mesma Bíblia que gostam de usar. “Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira.”

A fé abalada, mas com a esperança de que, um dia, quem sabe, a verdade há de nos libertar.

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