O amor vencerá

Eu errei ao tentar te dissuadir afirmando quem é e quem, definitivamente, não é uma boa opção. Prepotência minha achar que posso mudar o que você pensa, me perdoe.

Eu falhei ao dividir com você reportagens, estudos, vídeos… Todos os argumentos que foram importantes para a construção do meu pensamento crítico, mas que você negou sob a chancela da incompreensão (sempre de todos contra ele, nunca o contrário). “Não foi o que ele quis dizer”, você repetia. Insistência minha, mas eu estou aprendendo a não discutir com suas certezas.

Eu perdi quando, levado ao meu extremo, caí naquela discussão promovida a uma guerra de insultos. Saí antes que me magoasse mais. Covardia, assumo.

Eu me enganei acreditando que poderia ser diferente, que você tentaria se colocar no meu lugar e que pararia de demonstrar apoio por quem é assumidamente contrário às diferenças que ostento com orgulho. Esperava que você enxergasse a graça de um Brasil colorido, com suas mulheres, negros, LGBTs e índios somando esforços por uma sociedade mais igualitária. Inocência minha esperar empatia de alguém tão distante de causas sociais.

Eu posso ter errado, falhado, perdido e me enganado com você…. Por prepotência, insistência, covardia ou inocência, sei lá! Mas eu jamais deixei de acreditar que uma hora ou outra, ainda que tardiamente, você colocaria a mão na consciência e refletiria sobre o que tem acontecido em nosso país. E eu continuo acreditando que o amor vencerá!

Eu mantenho a esperança de que você alguma hora irá avaliar o porquê de tantos de nós estarmos fazendo este barulho todo pela defesa de direitos individuais e coletivos. É o conhecimento de causa, da dor e da sequela que têm nos unido a uma luta que, se você parar para ver destituído de seus preconceitos e certezas, é por sobrevivência. Não feche os olhos para a nossa existência.

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