Um prédio leva a alma da gente

Um prédio cai no centro de São Paulo.
Um prédio abandonado, mas ocupado.
Num Centro abandonado, mas ocupado.
E nele, um homem é levado junto a lajes e vigas que desmoronam no instante em que era socorrido. Tudo registrado. Fogo, concreto, ferro, vida e lágrimas.

No uso político de uma tragédia anunciada, um presidente oportunista merecidamente hostilizado, um governador e um prefeito sem pulso ou tato tentando tolamente tirar o corpo fora da responsabilidade que lhes cabe e, claro, como não podia faltar, o pré-candidato a governador, que é ex-prefeito e, portanto, tão responsável como os demais, culpando as vítimas e falando até em facção criminosa, quando as próprias imagens das reportagens mostram famílias humildes, dezenas de crianças, ao relento após perderem o pouco que tinham.

É um prédio não-abandonado num Centro ocupado que leva a alma da gente.

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