15 minutos do Fim

Seguimos idiotas completos cunhando a torto e direito palavras e expressões que definam a nossa própria decadência. As que conheci hoje após serem publicadas em uma matéria do G1 (“Moda na internet, jogo da asfixia preocupa mundo todo”, leia aqui) são “choking game” (jogo da asfixia), “balconing” (pular de uma varanda para a outra) e “planking” (selfies em lugares altos e com pouco equilíbrio), todas tendo em comum o fato de glamorizar o comportamento doentio, imaturo, inconsequente, egoísta, desrespeitoso e burro de centenas de zé manés, que parecem fazer escola mundo à fora.

Mais do que um simples “modismo” (não estamos falando aqui de um estilo de roupa ou corte de cabelo), a busca custe o que custar pelos 15 minutos de fama  cruzou há tempos, principalmente aqui na internet, a fronteira do bom senso, cautela e amor próprio. Pobres de alguns de nós que ligam tanto para o que a opinião alheia pensa, que dependem tanto da aprovação, aceitação e admiração de uma maioria desconhecida e traduzida simploriamente em números ou coraçõezinhos a serem constantemente superados.

Vou além… Pobre de nós outros que somos feitos de plateia diante desta tragédia. Como aceitar o aplauso para alguém que sujeita a própria sobrevivência à sorte? Que prazer é este de alimentar a desgraça alheia? Será que dando tanta visibilidade a tais comportamentos não nos entendamos como parte do jogo e responsáveis diretos por nossa própria decadência?

Que fique bem claro que isso – colocar-se diante de uma morte iminente –  não é coragem; que tais atitudes não demonstram força ou valentia; e que viver em corda bamba por puro exibicionismo jamais trará  a notoriedade e o respeito esperado.  E que não nos iludamos: curtir, incentivar e compartilhar a miséria humana, sentir prazer diante dela, é muito mais sadismo do que a simples curiosidade que você diz ter.

Vitimas do Choking Game

Envie seu comentário