“Corruptos”, um novo nome para os partidos de sempre

A renovação política no Brasil vem em diferentes nomes, mas não no quadro de filiados, nas propostas apresentadas ou ainda em inovações na forma de prestar contas e mostrar-se necessário, conectado ao povo e pensando no futuro do país.

Entenda por “renovação” PEN dizendo-se “Patriotas”, PSL bradando serem “Livres”, PTdoB gritando “Avante” enquanto PSDC apresenta a tal “Solidariedade” (sabe-se lá a quem e a que preço). O PP é “Progressista” (ainda que na consolidação de uma organização criminosa em pleno exercício) e há o reforço positivo do “Podemos” (ex-PTN) abrindo uma infinidade de interpretações sem que saiam da jogatina pelo poder de sempre. Que ninguém duvide de que tudo é possível na política nacional! O malfadado PFL traveste-se de “Democratas” e já estuda a construção de um “Centro Democrático”, enquanto PMDB extirpa qualquer associação ao que é, um partido de velhas práticas, mergulhando na ilusão de um Movimento Democrático Brasileiro.

Ao tratarem a si próprios como produtos – em novas embalagens – e sem atuarem na essência do problema (o que nós cidadãos esperamos deles), tentam desesperadamente sobreviver aos escândalos protagonizados nos últimos anos, desvincular a imagem de antiquados, limpar a fama de ladrões além de, é claro, dar uma última cartada mirando 2018, não tanto pelo projeto de perpetuação de poder, mas para preservar as inúmeras regalias entre as quais o foro privilegiado.

De uma solução aparentemente simples e nada inovadora, subestimam a inteligência do povo em mais uma propaganda enganosa: a de que mudaram, de que compreenderam o clamor por novos tempos enquanto sobra embaixo de tanto apelo de marketing, o mando e desmando da mesmíssima estirpe de canalhas e corruptos.

São nomes diferentes para o drama de sempre que engrossam o caldo da falta de credibilidade enquanto cresce o sentimento da não-representatividade. De um lado a farsa, do outro a ilusão; gato por lebre. Resta saber se mostraremos a mesma  dificuldade em ligar os pontos partindo do instante em que confirmamos os votos até a construção de uma grande base de “Corruptos”, esse sim um título aglutinador do que existe por aí.

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