Deem nome aos bois

Rufem os tambores, rifem os cargos mais importantes da república. Presidente, senadores, deputados, juízes, procuradores, mega empresários… Todos guilhotinados em praça pública, cabeças a prêmio. Quem roubou mais? Quem vale menos? Quem cai primeiro? Bolão,  façam suas apostas! A bola que rola, o carrinho que vem por trás para derrubar. É falta, seu juiz!!! Pênalti, cartão vermelho, expulsão… Impeachment, prisão ou um apartamento de luxo na quinta avenida de Nova Iorque?

Nossas personalidades são queimadas em fogueiras de vaidade e de vergonha e de arrependimento. A culpa não é minha, eu votei no Aécio. Vão-se depressa os registros, as provas, do que não se deleta das lembranças. Brasileiro tem memória curta? A Internet não. Aconteceu alguma coisa? Muitas coisas. Mas a culpa é também de quem confiou, que credenciou e legitimou velhos caciques a roubarem mais e mais testando a elasticidade da ignorância nacional. Booom! Um áudio, fotos, vídeos… Dinheiro monitorado que sai daqui e entra ali. O tiro que sai pela culatra. Se fodeu zé ruela, quero dizer, Zezé Perrella!

Fuzilados pela opinião pública que não se vê representada por esse sucesso tipo exportação. A carne que é fraca demais, contaminada a ruir a fama de um nome e de uma família. A moral de papelão é rasgada diante de nossos olhos, como num simulacro às avessas de um salvador da pátria. A verdade liberta? Não deveria nesse caso aprisionar?

Deem nome aos bois:  é Joesley e é Wesley, esse boi-zebu, belzebu, o chifrudo, tinhoso, diabo num inferno chamado Brasil. Abriram as porteiras e o gado desgovernado, essa manada enraivecida que se agiganta do centro de uma sociedade inconformada e cansada de ver-se cerceada por arames farpados dolorosos demais, tem finalmente a chance de mostrar a sua força derrubando quem ousar passar pela frente. Preparados?

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