[EDITORIAL] Finalmente, fora Temer!

Que passividade é essa diante de um crime, daquilo que escutamos em gravações e do que documentos assinalam como corrupção das bravas? Que medo é esse do que pode vir a acontecer e que estremece parte de nossa sociedade fazendo com que aceitem o inaceitável?
 
Tapar o sol com a peneira e varrer para baixo do tapete as mesmíssimas sujeiras por covardia não justifica os fins, mas explica BEM os meios. Nós temos nos mostrado extremamente seletivos com o que aceitamos, contraditórios no que lutamos. O correto é um conceito fluido quando encaramos a imagem refletida no espelho de um povo acostumado ao “jeitinho”.
 
Não dá para silenciar diante da denúncia feita pela Polícia Federal e pela Procuradoria Geral da República de que Michel Temer teria praticado corrupção passiva por mais altas que sejam a chance de Lula/PT sair vitorioso numa antecipação das eleições de 2018. Tampouco pela escolha de algum outro nome deplorável de forma indireta por esse vergonhoso congresso que nos representa. Não dá, não pode, não é correto e coerente! Acordão com o que é errado, corrompe inclusive quem brada estar do lado certo da história.
 
O presente tem que ser enfrentado com altivez, bravura e sem desviar olhares constrangidos. É preciso manter os valores, não esmorecer os princípios pregados e encarar tudo de frente para enxergar dias melhores, ainda que tardiamente uma luz em meio a tanta escuridão. Compactuar com o mal, justificá-lo como necessário ao momento, não nos tirará deste inferno, mas consolidará que aqui tudo pode. 
 
Não há representatividade possível no roubo, em propinas, caixa dois, dinheiro correndo por fora e que tira de nós a possibilidade de sermos um país melhor. A não ser, é claro, que a pessoa seja ela própria ladra, corrupta ou beneficiada pelos esquemas.
 
Está faltando ordem para o progresso, decência para a consolidação não daquele país do futuro, mas de um Brasil gentil com os filhos desse solo, estes brasileiros que enfrentam no dia a dia as consequências da irresponsabilidade de dependerem das decisões tomadas por um grupo de ladrões. 
 
O pior de um país inteiro está aí às claras e supostamente liderando a libertação, a recuperação econômica e moral de mais de 200 milhões de habitantes, como se fosse possível…
 
Não tem outro caminho ou atalhos que facilitem as coisas. É preciso que todos concordemos que, finalmente e mais do que nunca, fora Temer! E que venha o próximo presidente (seja ele quem for), não sem enfrentar a força das ruas, não sem tocar o coração do povo. A purificação trará a representatividade.

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