Toalhas no Chão

Hoje não tem assunto que supere a briga. Não há formas de colocar panos quentes naquilo que vem sendo, constante e propositalmente, disparado para nos machucar. É intencional, sem filtros e sempre que possível, um espetáculo ao alcance dos olhares curiosos de uma plateia que nada tem com isso e que está ali só para observar o circo pegar fogo.

Querem mais é que se danem, que se agridam, que levem o show a patamares irreconciliáveis, navalha na carne, alma dilacerada… Abutres. É o novo prazer encontrado em se alimentar da desavença, do desentendimento, da ruptura de relações e conexões das quais não fazem parte ou entendem.

No ringue, não há lembrança que apague o que foi colocado em cheque, palavra por palavra, a favor da desunião. Foram chutes na canela de um coração já mambembe, lutando para manter-se forte sem os sentimentos que norteavam uma existência poética.

Agora ele, o mesmo coração que foi atingido pelo fogo cruzado, vê sua razão de ser limitada a acelerar e desacelerar conforme o estresse do momento. Justo no tempo em que ele, o coração, virou letra junto de número (S2), algo menor que três (<3) e diferentes tipos de emoticons disparados sem muito cuidado.  O amor banalizado, descreditado e enfraquecido.

Numa arena povoada por novos gladiadores, o pior golpe vem de quem nos conhece muito bem, de quem manda corações e diz amar a torto e direito, mas na hora de provar o que carrega no peito, só é capaz de mostrar ódio e rancor. É tática de guerra, estratégia de luta: aproximar para destruir; enganar, para abrir a guarda e possibilitar o golpe certeiro.

Chega! Já deu! Basta! Está na hora de darmos um tempo neste banho de sangue sem fim, na navalha que corta a nossa própria carne e que tira de nós uma das coisas mais valiosas e enriquecedoras já conquistadas: a admiração mútua. Podemos juntos jogar a toalha sem que ninguém precise sair como perdedor.

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* Amigos que puderem compartilhar, super obrigado!

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